Dr. João Vitorino - Neurocirurgião em São Paulo

Schwannoma Vestibular

Os pacientes com schwannoma vestibular não são submetidos todos ao mesmo tratamento, havendo três principais opções terapêuticas:

• observação/ terapêutica expectante
• microcirurgia
• radiocirurgia.

A terapêutica expectante consiste no seguimento e avaliação do crescimento do tumor por RM, de 6 em 6 ou 12 em 12 meses. Trata-se de uma opção quando estamos diante de pacientes idosos com comorbidades, ou quando o tumor apresenta um crescimento lento e não há sintomas relevantes.

A microcirurgia é a primeira escolha em tumores de grande dimensões (> 3cm) ou na presença de sintomas compressivos do tronco cerebral. Durante muitos anos considerou-se primordial a remoção total do tumor, contudo, na última década, verificou-se uma maior preocupação com a preservação do nervo facial, mesmo que isso implique em remoção subtotal do tumor. A remoção cirúrgica do schwanoma vestibular pode ser feita por três abordagens diferentes e suas variantes. A escolha depende do nível de audição antes da cirurgia em ambos os ouvidos, do tamanho do tumor, da idade e da preferência do cirurgião.

A abordagem retrosigmoide é a classicamente mais utilizada pelos neurocirurgiōes e proporciona o melhor campo de visão da fossa posterior e permite a preservação do nervo facial na maioria dos casos. A preservação da função do nervo facial se relaciona com volume do tumor, presença de déficit prévio, consistência do tumor e irradiação prévia.

A abordagem translabiríntica, classicamente utilizada por otorrinolaringologistas, permite melhor visualização da porção lateral do tronco cerebral em contato com o tumor, bem como do nervo facial, reduzindo o risco de paralisia facial pós-operatória. Em contrapartida, a perda de audição é inevitável.

No que se refere à abordagem através da fossa média da base do crânio, é o único procedimento que expõe o terço externo do canal auditivo interno sem afetar a audição. Contudo, pode ser necessário dissecar ou transpor o nervo facial para ter acesso ao tumor, o que aumenta o risco de lesão deste nervo durante o procedimento de remoção do tumor.

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