Dr. João Vitorino - Neurocirurgião em São Paulo

Paralisia facial periférica

A paralisia facial periférica (PFP) refere-se ao acometimento do nervo facial (VII) em qualquer ponto de seu trajeto, que se inicia a partir de seu núcleo, localizado na ponte, e vai até as suas ramificações mais distais.

A causa mais comum de PFP é a forma idiopática, também conhecida por paralisia de Bell (70% dos casos). Ambos os sexos são afetados igualmente, e a idade média de ocorrência é por volta dos 40 anos. Embora possa ocorrer em qualquer idade, a paralisia de Bell é rara na infância e adolescência. O prognóstico é geralmente bom, havendo recuperação completa em torno de 80% dos casos.

Fatores de mau prognóstico são conhecidos e podem ocasionar seqüelas graves: idade > 60 anos, HAS, fraqueza hemifacial total, alteração do paladar e dor difusa.

Etiologia
A causa da paralisia de Bell permanece desconhecida, embora exista certa tendência a vinculá-la à infecção pelo herpes vírus simples do tipo 1. De certa maneira, todas as teorias convergem para a inflamação do nervo como evento final, o que causaria edema e compressão do nervo facial no interior de seu canal, de pequeno diâmetro, no osso temporal.

Sinais e Sintomas
Classicamente, a PFP acomete toda a hemiface, enquanto a paralisia facial central poupa a metade superior da face. Isso ocorre em virtude da dupla inervação do andar superior da hemiface, pois há fibras córtico-nucleares provenientes de ambos hemisférios que se dirigem para cada um dos núcleos do nervo facial. Alterações do paladar (lembre que o nervo facial é responsável pela sensibilidade gustativa nos 2/3 posteriores da língua), olho seco (por perda da inervação das glândulas lacrimais ipsilaterais por acometimento do nervo petroso superficial maior) e hiperacusia (por perda da função do músculo estapédio) também são característicos da PFP, somente.

Outras causas de PFP:
Otite, parotidite, tumores da base do crânio, fraturas, sind. de Ramsay Hunt, hanseniase, entre outras.

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