Os pulmões, o fígado e o esqueleto são os principais locais de incidência de metástases no corpo humano. A coluna vertebral é o local mais frequentemente acometido no sistema esquelético. Cerca de 30-90% dos pacientes com câncer em estágio terminal apresentam metástases comprometendo a coluna vertebral.
A maior incidência de metástase na coluna vertebral é encontrada na faixa etária de 40-65 anos de idade, correspondendo ao período de maior risco do desenvolvimento de neoplasias malignas. O gênero masculino é o mais acometido, provavelmente pela maior prevalência de neoplasia maligna pulmonar neste grupo, associado ao fato da neoplasia maligna prostática possuir predileção ao comprometimento ósseo. A presença de metástase sintomática na coluna vertebral é a apresentação inicial em mais de 10% de todos os pacientes portadores de neoplasia maligna e a dor é o sintoma mais frequente, com ocorrência em até 95% dos pacientes.
As metástases na coluna vertebral ocorrem usualmente por meio da disseminação hematogênica, linfática, liquórica (rara) ou invasão direta por contiguidade.
As lesões sintomáticas são localizadas em 70% dos casos na coluna torácica, 20% na região lombossacra e 10% na região cervical.
A via hematogênica é a principal forma de disseminação das células neoplásicas e, geralmente ocorre através do plexo venoso vertebral de Batson. Este plexo recebe a drenagem venosa das vísceras torácicas, abdominais e pélvicas e em decorrência do aumento da pressão intracavitária, secundária a presença da neoplasia, ocorre fluxo retrógrado às veias desprovidas de valvas e disseminação neoplásica para a coluna vertebral. As neoplasias de mama drenam através do sistema ázigos e atingem frequentemente a coluna torácica. As neoplasias da próstata drenam pelo plexo venoso pélvico, acometendo usualmente a coluna lombar. As neoplasias do pulmão promovem a disseminação pelas artérias segmentares atingindo principalmente a coluna torácica.