A neurocisticercose é uma condição causada pela presença de cisticercos, uma forma larval do platelminto Taenia solium, em qualquer parte do sistema nervoso central (encéfalo, medula espinhal, retina) do ser humano. Em geral, é possível através da ingestão direta de ovos do parasita, mas também pode ocorrer numa infestação habitual (indivíduos com teníase se contaminam por meio da ingestão de ovos eliminados por ele próprio). É uma condição endêmica em vários países da América do Sul, África e Ásia, sendo responsável por até 30% das causas de epilepsia secundária nestes locais.
✔️A neurocisticercose acomete indivíduos de ambos os sexos, de qualquer raça e de todas as faixas etárias, com predomínio entre 11 e 35 anos.
As manifestações clínicas mais freqüentes são: crises epilépticas (62%), síndrome de hipertensão intracraniana (38%), meningite cisticercótica (35%), distúrbios psíquicos (11%).
A gravidade da neurocisticercose pode ser ilustrada pelo elevado coeficiente de letalidade constatado em diferentes serviços, variando de 15% a 25%.
O diagnóstico pode ser realizado pela avaliação oftalmológica, análise do LCR e exames de imagem (TC e RM).
O tratamento consiste em instituição de medicamento antiparasitário (albendazol) associado à corticosteroide. Nos casos de hidrocefalia e presença de cistos acessíveis em região de cisternas ou ventrículos, o tratamento cirúrgico está indicado.
Opções de tratamento cirúrgico:
✔️Derivação ventrículo-peritoneal
✔️Endoscopia
✔️Microcirurgia
***🎥 Vídeo de cirurgia com remoção de cisticercos da cisterna magna (cerebelomedular).
***📖 Artigo do nosso grupo. Casuística e revisão da literatura.